22.8.06

Sugestões de Leitura II

O calor aperta e as férias caminham lentamente para o fim...
A pensar nos finais de tarde descontraídos à sombra de um guarda-sol, com o mar como cenário deixamos aqui mais uma sugestão de leitura: A Terceira Rosa, de Manuel Alegre.


No interior de A Terceira Rosa - na verdade um romance sobre o interior do ser, um regresso ao primeiro e inconfundível amor, que deixa na carne e na alma uma marca inapagável -, personagens (Xavier e Cláudia) e narrador encontram-se perante vários dilemas que Manuel Alegre não plasmou na poesia mas, curiosamente, na ficção: o dilema da permanência do ser, do tempo, do amor - da tensão que este provoca entre o desejo e a morte - e da paixão, coisa bem diferente do amor, única e tão violenta que tudo incendeia em seu redor.
Este livro é construído, como o próprio escritor afirmou, de "sítios, cheiros, episódios" que viveu, a partir de um processo de "ocultação e desocultação", "A Terceira Rosa" é um romance contra o esquecimento. Imagens cinematográficas encadeiam-se aos olhos do leitor como num filme, numa voragem transfiguradora dos seres, incluindo o escritor, ao (não) inscrever-se numa manifestação no pós-25 de Abril atrás de Mário Soares, Álvaro Cunhal e Salgado Zenha, quando a poesia estava na rua. Em "A Terceira Rosa", ela está na ficção.
(http://www.publico.clix.pt/docs/cmf3/escritores/69-ManuelAlegre/amanha.htm)




Manuel Alegre de Melo Duarte

Opositor do regime salazarista, o poeta e político Manuel Alegre nasceu em Águeda em 12 de Maio de 1936.
Esteve exilado na Argélia durante o período Estado Novo. É membro destacado do Partido Socialista português, partido do qual foi fundador e Vice-Presidente e pelo qual é deputado na Assembleia da República. Concorreu em 2004 às eleições internas para Secretário-Geral do PS, tendo perdido para José Sócrates.
Estudou Direito na Universidade de Coimbra. Desde muito cedo demonstrou os seu ideais políticos. Cumpriu o serviço militar na guerra colonial em Angola. Nessa altura, foi preso pela polícia política (PIDE) por se revoltar contra a guerra. Em paralelo à carreira política, produziu larga obra literária que lhe conferiu notoriedade tanto nos meios académicos como nos meios populares. Destaca-se sobretudo a sua obra poética.
Recebeu numerosos prémios literários e o Prémio Pessoa em 1999. Em 2005 é académico correspondente da Academia das Ciências de Lisboa.
Também recebeu o primeiro prêmio do Festival RTP da Canção, com seu poema Uma flor de verde pinho, musicada por José Niza e cantada, com toda pompa e circunstância, por Carlos do Carmo, vencendo canções de Ary dos Santos.
Em Setembro de 2005 anunciou a sua candidatura às eleições para a Presidência da República realizadas em 22 de Janeiro de 2006. Alegre obteve 20,72% dos votos, não conseguindo evitar a vitória à primeira volta de Cavaco Silva, mas conseguindo um resultado superior ao de Mário Soares, candidato oficial do Partido Socialista.
Após as eleições, formou um movimento cívico, denominado Movimento para Intervenção e Cidadania.
(http://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Alegre)

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