24.5.07

Estamos de Parabéns!

O nosso blog está a festejar o seu primeiro aniversário.
Surgiu um pouco ao acaso, há precisamente um ano, com o objectivo de ilustrar um trabalho para a disciplina de Informática II (a construção de um sítio na internet destinado ao Curso de Ciências da Cultura, e mais precisamente à então turma B, do primeiro ano, hoje segundo, daí a sua designação CCB). Hoje, o que pretendia ser mais uma ferramenta utilizada no nosso trabalho, desempenha um papel muito importante na nossa turma. Não queremos apelidá-lo de "iniciativa pioneira", nem tudo se deve reduzir a iniciativas. Foi algo que criámos e que foi desde logo acarinhado por todos.

Ao longo deste ano divulgámos as informações que considerámos mais pertinentes; partilhámos as fotografias dos nossos convívios, que já foram utilizadas por vários orgãos de comunicação social, bem como por outros espaços cibernauticos (é verdade que sem a nossa autorização, o que poderia provocar algumas incompatibilidades com a lei que regula os direitos de autor, mas tal não aconteceu, porque a sua publicação neste espaço tinha como principal objectivo a partilha); deixámos sugestões de leitura; criámos um espaço de crónicas; um sem-fim de informações. E, o mais bonito de se ver, o sucesso deste nosso espaço serviu de inspiração para que outros colegas sentissem o desejo de criar outros espaços, o que em muito nos engrandece.

Esperamos que este não seja apenas o nosso primeiro aniversário e que este espaço de partilha possa servir de elo de ligação, mesmo quando já não estivermos juntos.


Partilhamos agora o prefácio do livro "As Minhas Aventuras na República Portuguesa", de Miguel Esteves Cardoso, que está a ser estudado na disciplina de Oficina de Texto II, e que, no nosso entender, serve que orientação para aquilo que pretendemos com este espaço e com a nossa vida:


“Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda. Chega-se sempre à primeira frase, ao primeiro número da revista, ao primeiro mês do amor. Cada começo é uma mudança e o coração humano vicia-se em mudar. Vicia-se na novidade do arranque, do início, da inauguração, da primeira linha na página branca, da luz e do barulho das portas a abrir.
Começar é fácil. Acabar é mais fácil ainda. Por isso respeito cada vez menos estas actividades. Aprendi que o mais natural é criar e o mais difícil de tudo é continuar. A actividade que eu mais amo e respeito é a actividade de manter.
Em Portugal quase tudo se resume a começos e encerramentos. Arranca-se com qualquer coisa, de qualquer maneira, com todo o aparato. À mínima comichão aparece uma “iniciativa”, que depois não tem prosseguimento ou presença e cai no esquecimento. Nem damos pela morte.
É por isso que eu hoje respeito mais os continuadores que os criadores. Criadores não nos faltam. Chefes não nos faltam. Faltam-nos continuadores. Faltam-nos tenentes. Heróis não nos faltam. Faltam-nos guardiões.
É como no amor. A manutenção do amor exige um cuidado maior. Qualquer palerma se apaixona, mas é preciso paciência para fazer perdurar uma paixão. O esforço de fazer continuar no tempo as coisas boas – sejam amores ou tradições, monumentos ou amizades – é o que distingue os seres humanos. (…)
Estou um pouco farto de revolucionários. Sei do que falo porque eu próprio sou revolucionário. Como toda a gente. Mudo quando posso e, apesar dos meus princípios, não suporto a autoridade.
É tão fácil ser rebelde. Fica tão bem ser irreverente. (…)
Mudar é um instinto animal. Conservar, porque vai contra a natureza, é que é humano. Gosto mais de quem desenterra do que de quem planta. Gosto mais do arqueólogo do que do arquitecto. Gosto de académicos, de coleccionadores, de bibliotecários, de antologistas, de jardineiros.
Percebo hoje porque é que Auden disse que qualquer casamento duradoiro é mais apaixonante do que a mais acesa das paixões. Guardar é um trabalho custoso. As coisas têm uma tendência horrível para morrer. Salvá-las desse destino é a coisa mais bonita que se pode fazer. Haverá verbo mais bonito do que “salvaguardar”? É fácil uma pessoa bater com a porta, zangar-se ou ir embora. O que é difícil é ficar. (…)
Começar do zero, ao contrário do que sempre pretenderam todos os revolucionários do mundo é gratuito. Faz com que não seja preciso estudar, aprender, respeitar, absorver, continuar. Criar é fácil. As obras de arte criam-se como galinhas. O difícil é continuar. (…)
Fico feliz, não quando invento, mas quando descubro. A minha missão não é achar no sentido de quem opina. É achar no sentido de quem encontra. Não é abrir nem fechar – é tentar ver e querer revelar. Sou conservador não por natureza, mas por convicção. Infelizmente há uma diferença. Quem escreve tem a obrigação de achar uma verdade.”


CARDOSO, Miguel Esteves - As minhas aventuras na República Portuguesa. 2ª ed. Lisboa : Assírio & Alvim, 1990.

8 comentários:

Guito disse...

estamos de parabéns, continuamos de parabéns e estaremos sempre de parabéns!!!!!(não é?...)

Anónimo disse...

EU tive o enorme prazer de participar na criação deste blog, pois como já foi dito este era um trabalho de grupo para Informática II, mas o mérito é todo da Cátia que elaborou, publicou e manteve vivo este blog durante um ano, e sei que o fará por muitos mais.É bonito ver iniciativas deste género que nada mais pretendem do que criar laços de amizade(quem sabe para o resto da vida)e que não são criadas tendo por base a inveja mas sim a partilha.Estão de parabéns todos aqueles que visitaram e que de alguma forma participaram positivamente no blog de CCB mas acima de tudo... parabéns Cátia, porque sem ti nós nunca teríamos tido o nosso blog e deve ainda te felicitar por teres uma tão grande capacidade inspiradora que levou a que outros seguissem as tuas pisadas...PARABÉNSSSSSSSSSSS!!!!!

Anónimo disse...

Parabéns a todos os que participaram positivamente nesta aventura. Lembrem-se sempre que o sentimento do dever cumprido, o respeito pelos demais, a crença na amizade sem interesses escondidos é que nos dá paz de espírito e felicidade. Devemos portanto acima de tudo ser persistentes como o exemplo que mostro a seguir.
O MONGE MORDIDO
Um monge e seus discípulos iam por uma estrada e, quando passavam por uma ponte, viram um escorpião sendo arrastado pelas águas. O monge correu pela margem do rio, meteu-se na água e tomou o bichinho na mão. Quando o trazia para fora, o bichinho o picou e, devido à dor, o homem deixou-o cair novamente no rio. Foi então à margem, tomou um ramo de árvore, adiantou-se outra vez a correr pela margem, entrou no rio, colheu o escorpião e o salvou. Voltou o monge e juntou-se aos discípulos na estrada . Eles haviam assistido à cena e o receberam perplexos e penalizados.
Mestre deve estar muito doente! Porque foi salvar esse bicho ruim e venenoso? Que se afogasse! Seria um a menos! Veja como ele respondeu à sua ajuda, picou a mão que o salvara! Não merecia sua compaixão!
O monge ouviu tranqüilamente os comentários e respondeu:
Ele agiu conforme sua natureza, e eu de acordo com a minha.
AUTOR DESCONHECIDO

Mas, como nós não somos nem escorpiões nem monges, esta história só servirá se for interpretada como um apelo à genuinidade e ao altruísmo de todos.

Anónimo disse...

Parabéns por este aniversário.
Não conheço ninguém que suba degraus só com o olhar. Se é inovador ou não, pouco importa. A conquista é fácil no primeiro dia. O mérito está em manter a conquista todos os dias.
Este blog é um documento vivo da história do vosso curso. Preservem-no como tal. Parabéns pela vossa conquista diária.

Anónimo disse...

Concordo. Estamos todos de parabéns! Mas,(desculpem-me os outros)duplamente de parabéns está a autora deste magnífico blog.
Beijo e continua (se puderes, porque eu sei que não é fácil arranjar tempo para tanto)com este magnífico trabalho que tanto valoriza o nosso curso. :)

Anónimo disse...

Parabéns ao Blog Ciências da Cultura !

Parabéns também à Cátia que, com muito empenho e dedicação, criou um espaço exclusivo (mas não factor de exclusão) dedicado ao nosso curso.
Parafraseando Miguel Esteves Cardoso : « Começar é fácil ; mais fácil ainda é acabar ; o difícil é continuar ». Palavras sábias que justificam tão bem a continuidade deste projecto, que resiste a todas as vicissitudes da vida académica.
Nos dias que correm, todos temos o direito de opinar e, consequentemente, de partilhar essas opiniões com os outros. Ter um blog só porque está na moda não será, certamente, um bem de grande utilidade. Este blog foi criado para partilharmos o que pensamos, o que sentimos, o que queremos, o que achamos bem e o que achamos mal. Deixamos de estar confinados à esfera das pessoas que nos rodeiam e passamos a estar abertos ao mundo. É como se partilhássemos com o mundo inteiro o que nos percorre a alma. Sim, porque, de certeza, no mundo inteiro haverá pessoas que pensam como nós e outras que discordam de nós. Mas é assim que nascem as ideias, as discussões (umas mais saudáveis do que outras) e os novos projectos.
Um blog pode abranger vários objectivos, mas é sempre uma forma de vermos publicado aquilo que queremos e que, provavelmente, não seria possível num outro meio de comunicação. Aquilo que temos é uma ferramenta de comunicação poderosa (porque a palavra tem poder!) que serve, não só para estabelecer a comunicação entre pessoas com interesses comuns, mas também para projectar as nossas vozes, os nossos desejos e, essencialmente, o nosso Curso.
Parabéns, mais uma vez, ao blog e lanço a todos um desafio: façam uso do poder da palavra! Mas não se esqueçam de que a palavra não é mais do que o nosso auto-retrato.
Sejam felizes e ousados!

Guito disse...

Com certeza que o nosso Blog está de parabéns, agora convém estarmos atentos, muitos elogios e cumprimentos, muitos discursos redondos que “falam, falam, falam, falam e… não dizem nada”, não nos interessam, os espaços de discussão na Blogosfera, SÃO ISSO MESMO ESPAÇOS DE DISCUSSÃO E NÃO DE CONCORDÂNCIA, (para “conversa mole” havia o Pravda e há o Jornal da Madeira…) pelo que, de vez em quando um pouco de “sangue” também não faz mal…
Os americanos não nos interessam em nada sobretudo culturalmente, mas falando em estilo de vida têm uma expressão muito engraçada que lhes define o estilo de vida e que é, “NO STRESS NO SUCESS” quem sabe se um pouco de stress no nosso Blog, não nos "espevita" a veia cultural???

Anónimo disse...

Olá!!
Antes de mais, quero dizer que o facto de ainda não ter comentado o 1º aniversário do blog, não pode ser interpretado como prova de menor interesse em relação ao facto.
É falta de inspiração, mesmo!
No entanto, é da mais elementar justiça dar os parabéns à Cátia e a quem mais directamente “colabora” com ela, para manter o “nosso” blog actualizado e, muito importante, bonito!

Beijinhos

Mário Gil